A Terra e o Cosmos
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Prof. Dr. Valter Machado da Fonseca*
A Terra é um planeta do sistema solar,
como idade de, aproximadamente, 4,5 a 5,0 B.A. (bilhões de anos).
Esta idade foi calculada tomando-se por base dois métodos de
pesquisa científica: o primeiro refere-se à comparação e análise
de fragmentos de corpos celestes (meteoritos) que atravessam a
atmosfera terrestre e atingem a superfície de nosso planeta. Estes
achados, oriundos de fragmentos de corpos celestes, nos fornecem
importantes informações, principalmente no que se refere à
composição química e mineralógica desses materiais, quando
comparados aos fragmentos rochosos encontrados naturalmente em nosso
planeta.
O segundo método de pesquisas e
investigação acerca da idade de nosso planeta refere-se ao método
denominado de “Meia Vida” dos elementos químicos. Por intermédio
desse estudo é possível datar de uma maneira bastante eficaz, as
rochas e demais estruturas geológicas que compõem o planeta Terra.
Conhecendo-se as formações geológicas mais antigas do planeta,
temos uma idade aproximada do próprio planeta. Mas, o
que vem a ser o método da “Meia Vida” dos elementos químicos?
Já é comprovado pela ciência que toda rocha possui partículas
radioativas e partículas orgânicas, ou seja, estas últimas
compostas de carbono (C). Tanto as partículas radioativas, quanto as
orgânicas têm a propriedade de perder elétrons. Os elementos
radioativos e orgânicos, ao perderem elétrons se transformam em
outros elementos químicos. E, esta transformação de um elemento
químico em outro leva milhares de anos para se processar. Ora, ao
examinarmos um fragmento de rochas à luz da microscopia eletrônica
temos a percentagem de elementos (radioativos e orgânicos) que se
transformaram em outros pela perda de elétrons. Usando esta
percentagem multiplicada pela quantidade de anos necessários para a
transformação de certos elementos químicos em outros, temos a
idade do fragmento da rocha.
Este método foi desenvolvido graças aos
estudos acerca da “Meia Vida” dos elementos químicos
desenvolvidos por Boltwood (1905).
Os elementos químicos radioativos mais utilizados nestes estudos são
o Urânio de peso atômico 238 (U238)
e o Chumbo de peso atômico 206 (Pb206).
Para saber a idade dos fósseis ou
dos compostos orgânicos, o mais utilizado é o carbono de número
atômico 14 (C14).
As pesquisas sobre a meia vida dos elementos químicos radioativos
presentes nas rochas da crosta terrestre levaram à conclusão que a
idade aproximada do planeta Terra está entre 4,5 a 5 bilhões de
anos.
Mesmo com a idade na casa dos bilhões de
anos, para a Geologia trata-se de um tempo geológico relativamente
curto, pois ela trabalha com o tempo geológico na casa de dezenas de
bilhões e trilhões de anos, quando trata do estudo sobre a idade de
corpos celestes (estrelas e planetas especialmente). Assim, em tempo
geológico, podemos considerar a terra como uma “jovem
senhora”. Neste sentido, ela
(a Terra) terá pela frente ainda mais um punhado de bilhões de anos
de existência, antes de se tornar um planeta morto. Este tempo, com
toda a certeza, é mais que suficiente para o ser humano pensar e
repensar sobre as interferências maléficas que já fez e sobre as
ações que ainda fará sobre o planeta, se é que ele não vá se
extinguir enquanto raça neste planeta, antes que ele faça as
reflexões necessárias sobre sua breve (porém altamente
prejudicial) estadia no sistema solar.
*Escritor. Geógrafo, Mestre e Doutor
pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-Doutorando pela
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisador e
professor da Universidade de Uberaba (UNIUBE).
machado04fonseca@gmail.com
Foto: ESA/Hubble & Digitized Sky Survey 2. Acknowledgment: Davide De Martin (ESA/Hubble) com montagem de foto da Terra da Nasa

Obrigado para a entrada maravilhosa, o Dr. Fonseca. É verdade, o nosso planeta é uma jovem e foram são, mas uma raça infantil sobre ele. Podemos explorar todas as suas partes, com tantos instrumentos (contadores Geiger, aceleradores, espectrofotômetro) que a nossa idade relativa não importa.
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